sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

E agora, que faço eu da vida sem a Dor?

Ouvindo "Caetano Veloso - Você Não Me Ensinou A Te Esquecer". Recorro a um pedaço de papel, e a minha caneta preta. Ultimamente tenho achado que um pedaço de papel e uma caneta, talvez tenham se tornado meus alicerces, o meu esconderijo, o lugar que vai me receber em quaisquer das circunstâncias, a casa que eu sei que mesmo se eu passasse dois três meses viajando, e depois disso voltasse.. Continuaria sendo muito bem vinda. E ainda melhor que das vezes anteriores. Talvez. E então, escrevo:


 - Hoje eu acordei sentindo falta de algumas coisas. De algumas pessoas. De alguma pessoa. Não sei se a explicação seria a data tão expressiva e significante para mim. Ou se é apenas a tal solidão mesmo, aquele nózinho desatado na garganta, sabe? Como se eu tivesse bebido todas ontem a noite, e de presente no dia seguinte, recebido uma ressaca daquelas que quando você acorda só consegue pensar em água, água e água. Eu posso entender isso com uma sede, mas na questão talvez não seja somente a sede. Dizem que eu devo me abrir mais com as pessoas, que devo conversar mais sobre todas as minhas inseguranças, todas as minhas sedes, que devo procurar compreender mais os meus pais, os meus amigos, a minha vida. Mas no que isso resultaria? Já fiz isso antes. E no que deu? A única resposta que conseguem pensar é: "Poxa, amiga. Relaxa, vai dar tudo certo. Por que você não faz isso, isso e aquilo?" Isso não me ajuda. Nem alivia a minha sede, o meu fanatismo incomum. Talvez se ficassem apenas calados me olhando e fazendo aquela carinha de quem acharia legal dizer: "Estou contigo, estou aqui." ou então, pedissem pra eu deitar no seu colo. Um cafuné, quem sabe? Acalmaria mil vezes mais a minha dor, a minha vontade de sair e resolver tudo da maneira mais fácil. Eu não culpo os meus amigos por eu ser quem eu sou hoje. Aliás, eu não culpo a ninguém. Se eu sou o que eu sou hoje, se eu me tornei uma pessoa seca, sem qualquer sinal de caridade, é porque o mundo me ensinou a ser assim. Mas o que a minha sede tem haver com a tal data tão memorável? Não sei. Eu começo a escrever, falar sobre o meu estado atual, pulando assunto por assunto, e acabo esquecendo do assunto anterior. Mas, aquela garota do ponto de ônibus me disse que, Ela queria dizer apenas uma coisa... Uma única coisa para Ele. E que Ela espera que um dia Ele queira ouvir o que Ela tem a dizer, Ele dê a atenção que ela tanto implorou silenciosamente.


E aquela guría deseja-te, muitas alegrias, momentos felizes e inesquecíveis, pessoas maravilhosas em sua vida, paz, tranquilidade, equilibrio... Que todos os seus grandes sonhos se tornem grandes, enormes, realizações. Que você consiga construir meios de tornar a sua tão sonhada vida, uma vida de verdade. Que você consiga fazer com que todos os seus desejos, todos mesmo, se tornem reais. E que quando estiver na sua terceira idade, consiga recordar-se de todas as coisas boas que a vida te ofereceu. E consiga lembrar também, da tal guría que queria te dizer uma coisa antes de partir. Fim.

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"Talvez eu até esteja errado, mas que se dane. Se uma pessoa não tem paciência nem pra conquistar minha confiança e afastar meus medos, o que eu posso esperar, então? Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço." - Tati Bernardi