sábado, 26 de fevereiro de 2011

O 5 sentidos.



Feito algo que gruda muito, ela vem, e me olha e me chama e me conduz até ela e com o seu jeito "exclusivo" de me atrair e me confortar, me convence a voltar todos os dias da semana. Depois eu vou embora, finalizar a minha rotina antes de adormecer e repetir tudo outra vez no outro dia, mas eu volto para os braços dela. Eu volto todos os dias, pra ela não esquecer que eu sou dela, e que ela me tem nas mãos. Eu volto nos outros dias da semana pra não deixar o meu cheiro, que nela fica, se esvair. Eu volto nos outros dias pra sentir o cheiro dela, pra poder abraçá-la e não me deixar esquecer da sensação que o corpo dela provoca quando encosta no meu. Eu volto nos outros dias, porque ela me dá motivos para voltar. Eu volto todos os dias, porque ela me fez sentir o que eu achava que já havia sentido e não havia, porque ela me fez sentir uma das melhores sensações que já senti até hoje, porque por causa dela adoeci quando não pude voltar. Eu volto, pra poder cuidar dela, e cuidar dela me faz querer cuidar de mim também. Eu volto porque existe uma espécie de construção dentro de mim, uma construção de sentimentos por ela, sentimentos esses bons e que fazem com que eu me sinta a mulher mais feliz do mundo, faz eu sentir que não existe ninguém mais feliz no mundo, do que eu. E existe, eu sei, mas eu me sinto assim morando no primeiro lugar do pódio da felicidade, e a parte mais bonita dessa história é que isso tudo é recíproco. E se eu digo que tudo que eu mais quero nesse momento, é regar essa construção como se fosse uma flor que não vai murchar nunca porque eu não vou deixar, eu não estou mentindo!


26/02/11.


- ThC.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011



"Eu quero chafurdar na dor desse ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina e ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum pana qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?” Caio Fernando Abreu.


Acham que sabem quem sou, mas sequer me conhecem, não sabem de onde vim, nem para onde estou indo. Então como podem afirmar que bem, definitivamente, sabem quem eu sou? E quem são? De onde vieram? Para onde acham que estão indo? Enfim. 

A Fome.



Passados os primeiros dias, principiaram a entrar na rotina. Vezenquando ainda me surpreendia a encará-las num duelo de mistérios. Eu, ocultando cuidadoso o meu, feroz na defesa, embora fosse sempre o primeiro a desviar os olhos. Recusei tocá-las. A maciez de seus corpos passava quente, impassível, de mão em mão, quando havia visitas. E só nessas ocasiões elas voltaram a espantar. Cumpriam honestamente sua tarefa de devorar baratas, mas recusavam qualquer outro alimento. O homem que as trouxera informara a minha mãe de seu orgulho: feridas em liberdade, faziam greve de fome até a morte. Com a iminência de seu suicídio, planejamos soltá-las no campo. Quase podia vê-las erguendo-se de leve num vôo contido, experimentando forças, as asas abrindo-se aos poucos numa subida lenta, fundidas em azul, subindo, subindo. As asas cortadas, porém, exigiam tempo para crescer novamente. Éramos obrigados a esperar. Desejei comunicá-las sua próxima libertação, mas a ineficiência de gestos e palavras isolou-me num mutismo para elas incompreensível. Éramos definitivamente incomunicáveis. Eu, gente; elas, bichos. Corujas, mesmo batizadas em segredo. Cassandra e Rasputin. Ofélia e Hamlet. Tutuca e Telecoteco. Qualquer nome não modificaria a sua natureza. Nunca. Corujas para sempre. Mas a greve de fome persistia. Tão bem cumpriram seu serviço de comer baratas que, em breve, creio, não restava mais nenhuma. Orgulhosas, passeavam seus estômagos vazios pela casa toda, a gente se olhando culpado, as mãos desertas de soluções. Não nos restava mais nada a fazer senão esperar. Por sua morte ou sua capitulação. Quem as visse, convictas em seu desfilar faminto, poderia facilmente imaginá-las carregando cartazes de protesto. Contra quê? Contra quem? perguntávamos temerosos da resposta óbvia.

Caio Fernando Abreu.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

"Quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo." Caio Fernando Abreu.



Conheci algo. Conheci alguém. Conheci um novo sentimento. Na verdade eu não o conheci, porque esse sentimento sempre esteve em mim porém, adormecido. Me provoca uma sensação gostosa de se sentir, uma sensação alucinante e que me faz querer alimentá-la cada vez mais a cada segundo, centésimo. Eu nunca soube muito bem explicar o que é o amor, e eu tenho a consciência de que eu nunca, no passado, vivi um grande amor, porque amor mesmo é quando fica, amor é quando não parte, amor se mantém constante, presente, sempre novo, permanente, em toda e qualquer circunstância, amor se renova pra ser sempre diferente e prazeroso, amor é acaso, entra despercebido e não bate na porta nem pede licença, amor é contínuo. Eu continuo não sabendo muito bem o que é amor, mas agora estou sentindo uma coisa tão apaixonante que eu sei que se continuar assim será amor, de verdade. É um sentimento que nesse momento está crescendo interiormente em mim, um sentimento benigno, um sentimento provocante que me faz não querer parar mais, um sentimento diferente porque a situação é diferente, é tudo diferente, é tudo tão bom, e eu não quero parar. Eu não quero que isso acabe, que chegue ao fim, que saia da minha vida, não peço que seja eterno pois não acredito na eternidade das coisas, mas eu peço que dure por muito tempo, muito tempo mesmo... Porque quando você se depara com alguém que muda completamente a sua vida, que consegue pegar todos os seus dias que antes eram infelizes e sem importância alguma e transformar cada um deles em uma nova conquista, em um novo motivo pra acordar sorrindo, que consegue fazer com que o seu coração acelere, que tem o poder de automaticamente tornar tudo mais certo, e que consegue tirar todas as sensações negativas da sua vida... Quando você encontra alguém que consegue fazer disso tudo uma realidade saudável e altamente prazerosa, você não quer que essa pessoa saia da sua vida, nunca. Mesmo que a palavra nunca seja forte demais para ser citada num texto como esse, mas é que quando isso tudo acontece com você, só com você, Você não quer que isso acabe, de maneira alguma. Fez-me lembrar dessa frase do Caio Fernando Abreu: "Quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo" e eu preciso que você fique. Eu preciso, querida.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quântica.

Eu nunca soube dizer o verdadeiro significado da palavra Amor, porém, já o cantei várias vezes e o que é pior, nenhuma foi de verdade. Todas confundidas, inventadas. Eu sempre me preocupei com os textos que eu publicaria aqui, pois esse lugar apesar de ser meu, é público, e como todas as coisas públicas, naturalmente ele poderia ser visto por qualquer um que assim queira. Mas vamos lá, nos jogar... - Sempre quando alguém me perguntava se eu estava bem, eu sempre escondia, dizia que estava bem, estava indo, estava legal, e assim conseguia enganar todo mundo ao mesmo tempo. E as vezes até me batia um repente e eu resolvia dizer que estava mal só pra saber quem realmente se importava com a minha falsa infelicidade. Eu sempre tive medo de conhecer o desconhecido, mas no fundo eu sempre amei mistérios, invenções, histórias que ficam por muito tempo na nossa mente, penetrando ali, e sabe lá quando sairá daquela página favorita do nosso livro imaginário. As pessoas sempre me fizeram bem, quando assim tentavam, sempre gostei de estar rodeada de pessoas, mas por mais contente e satisfeita que eu me sentisse ali, naquele momento, eu nunca estava bem o suficiente, eu nunca estava satisfeita o suficiente. E eu confesso até que acreditei por um bom tempo, que toda essa mistura de sensações, emoções, pensamentos, momentos, pessoas, coisas, casas, camas, era estranho o bastante para me fazer desistir sem sequer ter chegado a segunda idade. Sem sequer ter vivido o exagero que é morrer naturalmente, do nada, sem avisos. Isso tudo chega a ser bonito quando se é contado ou lido. Todas essas sensações angustiantes e que para alguns chega a ser até mesmo repetitiva, é constantemente muito temida por todos. Sem distinções, e todo mundo sabe disso, bem lá no fundo. Mas o ponto aonde eu quero chegar não é esse de descrever a morte ou todas as suas influências, o que eu quero realmente dizer com tudo isso, é que eu não sou mais aquela garota de 14 anos que pensava como qualquer outra da sua idade, eu não sou mais aquela garota que gostava de bonecas e de brincar de pique-esconde com as amigas as 15h da tarde. Na verdade, eu nem sei afirmar se um dia eu fui essa garota tão inocente, na verdade, eu não sei nem se essa tal época coincide com a descrição. É tudo tão mútuo, e inventado, e passageiro, e momentâneo, que eu chego até a acreditar que tudo realmente mudou. E quer saber? Mudou, ao menos para mim.

Seguidores


"Talvez eu até esteja errado, mas que se dane. Se uma pessoa não tem paciência nem pra conquistar minha confiança e afastar meus medos, o que eu posso esperar, então? Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço." - Tati Bernardi