domingo, 25 de dezembro de 2011

Hurricane




  Eu vou contar até dez e depois nós precisaremos correr. Correremos o mais rápido possível e para o lugar mais longe de todos os que nós conhecemos - Um - Não me olhe desse jeito, você sabe o porque precisamos fazer isto, não é a toa, não é em vão, não é por nada, tem um porque, e você sabe, nós sabemos. Escolhemos permanecer nesta cidade imunda e vimos todos os nossos sonhos sendo apagados, como um extintor gigante apagando as chamas de uma fogo minúsculo. Vimos tudo o que tínhamos construído, sendo cremados, esquecidos, guardados, trancados em uma gaveta onde não havia uma chave - Dois -. Mas eu juro, eu juro que vou me esforçar para ser o melhor para você, para ser de verdade o que você sempre viu em mim. Não, meu amor, eu não queria que tudo tivesse acontecido dessa forma. Não foi esse o roteiro que eu imaginei para o nosso filme. Eu juro, não foi - Três -, mas o que se há de fazer quando não se há mais nada a fazer? Qual o caminho que se pode escolher quando não se há mais nenhum caminho disponível a ser seguido?
  Meus olhos que olham os seus bem no fundo, nossas mãos inquietas e que nesse momento transpiram incessantemente, nossos nervosismos incontroláveis e visíveis. Eu te olho, seguro o seu rosto com as minhas mãos, tento te agarrar, te grudar em mim, não te deixar partir, mas eu sinto como se não pudesse, como se os meus braços não conseguissem mais te abraçar, como se eles estivessem se tornado pequenos demais, e isso dói. Muito. Mas eu não posso desistir.
  Uma lágrima escorre em sua face. Eu tento te dizer que tudo vai ficar bem e que ainda não terminou, que nossa história não termina, não pode terminar, mas você não me ouve, e eu fico cada vez mais desesperado por uma solução - Quatro. Eu sinto como se não conseguisse me mover mais, como se todos os meus ossos estivessem congelados e os meus músculos dissipados. Eu não sei o que te dizer, não sei o que pode ser mais doloroso para mim: Estar te perdendo aos poucos num instante, ou te perder num instante aos poucos. E essa ânsia destrói tudo de belo que ainda nos resta - Cinco.
  E eu vou contando, contando, contando... E quando tudo estiver terminado, quando ao último número eu chegar, eu quero que fuja comigo, que seja veloz, que não pense na dor, que se torne invencível, e corra comigo, por favor - Seis -, porque você sabe que eu nunca desejei isto. Você sabe que tudo o que eu mais queria, era um mundo tranquilo com você. Uma casa, um quarto e você. Mais nada. Você sabe que eu me esforcei para que nada nos destruísse, você sabe que eu tentei te abraçar todas as vezes em que nos encontramos em circunstâncias complicadas, você sabe que tentei te proteger de tudo... - Sete.
  Está ficando cada vez mais perto do momento esperado, e dessa vez, você já sabe o que precisa fazer. Daremos as mãos, e deixaremos essa cidade para trás. Deixaremos tudo para trás, deixaremos Nós para trás. O amanhã pertencerá a Deus, só. - Oito. Estamos ficando cada vez mais nervosos, eu já não tenho certeza de que isto dará certo, eu já não sei se isto é o que você quer, se Eu sou o que Você quer. Mas faremos isto, que não seja por Nós, que seja por Você e Eu, mas faremos. - Nove.
  Estou ficando cada vez mais ansioso. Ocorre em mim uma mistura de sede, de náusea, de ânsia... Uma mistura de tudo que faz mal, de tudo que é perigoso e vicia, de tudo que é degenerativo.
- Você está vendo aquele corpo naquele espelho? Aquele corpo triste, sem brilho, sem reflexo nem sombra, somente um corpo, pálido, fatigado, cansado? Está vendo? Por favor, diga que sim. Aquele sou eu. Mas eu estou bem, não precisa se preocupar. Está tudo bem, se não está, vai ficar. Não se preocupa, eu vou cuidar de você.
Eu fiz tudo o que pude, eu tentei te proteger de todo e qualquer ferimento, aborrecimento, frustração mas o momento esperado chegou. O último número. E eu te olho, com um olhar diferente, com um olhar negro de quem tenta passar segurança mas na verdade, é um poço infinito de insegurança, medo e dor... E te digo que se nada der certo, prometo te encontrar em uma outra vida, te proteger de uma maneira diferente, quem sabe te proteger com mais proteção. Ser quem você sempre achou que eu fosse ser um dia. Eu prometo, eu prometo. Segure a minha mão, corra o mais rápido. Vou reforçar, vou contar até três, querida.
Um, Dois, Três... Já! - DEZ.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A estranha invisibilidade dos olhos.



  E o que eu queria? O que eu queria nem eu mesma sabia. Era algo inanimado, alguma coisa que existia somente na minha cabeça. Eu fazia tantos planos, criava tantas cenas, e mal sabia eu que tudo aquilo não passava de pura ilusão de ótica. Uma conversa sem nexo entre o meu consciente e o meu subconsciente a respeito dos meus devaneios. Ah!, eu criava tantos cenários. Azuis, vermelhos, floridos, escuros, nublados, ensolarados, falsificados.
  Mas, após um certo tempo, eu simplesmente não conseguia mais criar cenário algum. Ficou tudo preto e branco. Como uma fotografia antiga; e não só antiga, como também, envelhecida, translúcida... E eu mal conseguia enxergar os traços da imagem. E após mais um tempo, tudo escureceu. Foram-se as cores, as fotografias memoráveis em preto e branco, cores em sépia... Tudo se foi, tudo, tudo!

  E de repente, míope, dautônica, cega. E tudo se foi.


- ThC.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

BAOBÁ; VIDA.





É preciso sorriso, para poder sorrir,
É preciso braços, para poder abraçar,
É preciso coração, para poder sentir,
É preciso boca, para poder beijar.


É preciso confiança, para poder confiar,
É preciso vida, para poder viver,
É preciso respeito, para poder respeitar,
É preciso ser criança, para poder crescer.


E como todo ar que se renova a cada milésimo, como toda pedra que se remove mundo a fora o tempo inteiro, como toda barreira que se é superada por alguém, é preciso tempo e paciência para se alcançar a sabedoria nos mínimos detalhes. 
E sabedoria tem valor, e muito, para ser admirada.




- ThC.

Um criptonita para a "super mulher".





"Hoje eu acordei pensando que seria um dia comum e que eu seria forte o suficiente para suportar toda e qualquer coisa, talvez eu tenha me enganado. O meu dia foi machucante. Eu nunca senti uma dor como essa que, corrói, fere, dissipa e, destrói. 
E o que eu podia fazer? Nada. Absolutamente nada. Eu ali parada, imóvel, enquanto você partia para longe de mim. Enquanto saía do meu campo de visão, e tudo se distorcia.
Todas as minhas sensações agora, engarrafadas, tumultuadas... E de repente, você se foi. Eu te disse adeus, mas não era o que eu queria dizer. Eu queria gritar, implorar, suplicar, te pedir pra não ir, pra não me deixar aqui sozinha. Mas você se foi. E se foi, e se foi, e se foi..."


21/06/2011 - 00:16
- ThC.

Qualquer sinônimo de cuidado.



   Ela sente tanto que acaba não sentindo nada. 
Os seus sentidos se invertem e se manipulam inversamente um contra o outro. O oxigênio se contrai, o ar se subtrai, o lar se abstrai. E o quarto? Sua cama feita, com aquele lençol azul que você tanto adora. Posso te contar um segredo? Ela o lavou e o deixou manchar sem querer. Foi sem querer mesmo, mas nós dois sabemos que no fundo ela queria manchar até mudar de cor mesmo. 
   E a cama feita? Ela deixou forrada e cuidada; o cobertor com o seu cheirinho social de poder, tudo bem limpinho e arrumado, mas você não vai voltar. E ela sabe disso. Não que você tenha morrido ou coisa do tipo mas, ela sabe. Você também sabe. Ninguém mais se olha como antes. Os elétrons que vocês carregam dentro de si, se repelem toda vez que se encontram. E isso não é segredo nem pra você nem para ela. E aquela camisa cinza de manga que você a-do-ra-va, você a esqueceu com ela, lembra? Pois é, uma linda camisa. Mas na minha opinião, eu ainda acho que, como ela sempre cuidou muito bem de você, ela cuidará melhor ainda das suas coisas. Principalmente porque, aquela camisa era a que você a-do-ra-va. E a noite em que você combinou de ir dormir na casa dela, foi, dormiu, e esqueceu a escova de dentes em cima do armário do banheiro dela? Então, ela guardou esta também. Cuida para que ninguém a suje, porque ela sabe que aquela escova percorreu todos os seus dentes, o céu da sua boca e ainda, a sua língua. Língua que por sinal ela a-do-ra-va.
   Observando isto, porque ela a jogaria fora ou devolveria pelo correio? Você comprou outra escova, óbvio... Mas, ela ainda guarda a velha pro caso de você esquecer a nova no apartamento de alguma outra amiga sua e estiver sem dinheiro para comprar uma nova, e nesse caso, ela iria correndo atrás de você com a sua escova velha na mão gritando o seu nome.
   Você nem deve se lembrar mais dela, da garota que guarda as suas coisas e as cuida. Mas, ela está sempre ali. Você de vez em quando, liga para ela perguntando se não esqueceu nada por lá. Às vezes nem liga. Ela já cansou de faltar no trabalho só para forrar a sua cama, passar a sua camisa e verificar poeiras na sua escova de dentes, isso só porque ela é assim, se preocupa demais com o quem não precisa de preocupação alguma, palavras da própria. Mas ela gosta, no fundo esse é o passatempo mais incrível dela, o passatempo que causa calafrios, borboletas no estômago, noites perdidas sem dormir, atrasos no trabalho... 
   E todo mundo pensa que ela te tem realmente, mas na verdade, ela só tem o que é seu.






- ThC.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Desassossego; o sustento.



É preciso ter calma.
É preciso não se desesperar, quando o que se quer muito exigir tempo. 
O desespero é inimigo da satisfação, aprendi. E calma, assim, lá vou eu. 
Caminhando contra toda a insegurança, contra todo o medo do desconhecido, contra toda a possibilidade de infelicidade, caminhando contra tudo o que me fizer pensar em desistir. 
E não temo, pois, dentro de mim habita uma força, que me impulsiona a desejar não fraquejar.
Existe algo que não quer que eu enfraqueça, toda vez que assim penso. 
E isso é bom, sempre é bom, pois, isso que permanece e permanecerá até o fim da minha vida no meu interior, é força capaz de dominar o meu corpo e a minha mente, e eu gosto. 
O que mora em mim, se chama Fé.  
E não desisto, insisto. Continuo seguindo mantendo os meus princípios e buscando o máximo.
Sempre.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

  Para se viver sem espaços ou pontes, é preciso exorcizar as coisas ruins da alma, abrir os portões da bondade no coração, preencher os espaços da solidão e rir exacerbadamente dos percalços da própria vida. Não se deixar viver em agonia, aproveitar cada centésimo do seu dia, relembrar os bons momentos dos seus meses e concluir aprendizados com o passar dos anos. E acima de tudo, acima de qualquer incerteza ou dúvida, entender da melhor forma possível que a vida vai ser sempre essa subida cansável e inexata que nos faz querer desistir às vezes, que nos afasta de pessoas e momentos, mas que será sempre A Vida. 
  E o que é a vida? Um conjunto perfeito e controlável dos pequenos pedaços dos nossos mais profundos detalhes: A razão, a carne, o cérebro e o oxigênio. E por mais difícil que seja encarar alguns momentos consecutivos(ou não) e perturbadores, é preciso entender que essa tal de Vida, que nos permite uma emoção e um êxtase único, não é tão ruim assim. E se tais palavras não foram suficientes para formar uma opinião e "viver sem fronteiras" por definitivo, leia esse pensamento inteiro e concretize-o na sua mente: 
  A Vida pode nos tirar pessoas, matérias e bons instantes, mas para o nosso bem(acredite), ela nos deixa sempre com a melhor parte desse extrato todo: Lembranças na nossa memória. Não gaste uma vida inteira levando em conta receios ou sentimentos que preencham seu coração de dor, qualifique a sua vida e dê valor a cada instante dela. Seja quem você sempre quis ser. Capacidade é algo que está dentro de nós, e Felicidade também. Coloque tudo isso em prática e acredite em si. Porque diante do nosso fim ou do fim de tudo, a Felicidade e os bons momentos na nossa memória, é realmente o que importam. 


Thainá Costa

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pensar é Transgredir.



Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. 
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.

E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Me possuo e estou completamente entregue a mim mesma.


 Quando eu lembrar da tua ausência, da tristeza que essa sua falta tá me causando, eu vou me lembrar que era assim que tinha de ser. Você sempre me fazendo falta e sempre doendo mais forte na dor que desatinava dentro de mim. Porque pra ser você tem que fazer falta, não é mesmo? E de vez em quando, quando eu me sentar naquela esquina, lembrarei de todas as conversas jogadas fora, de todos os olhares trocados em meio a um silêncio que falava por si. De tudo. TU-DO.
  Vou aprender a sentir mais falta de mim de vez em quando, a me beijar quando estiver carente de carinho, de me abraçar quando estiver me sentindo triste ou sozinha. De me ligar as vezes só pra ouvir o meu próprio silêncio, de deixar mensagens pra mim mesma na esperança de que eu mesma me lembre o quanto eu me amo, e de rezar pra que eu consiga acreditar no meu próprio Amor como conseguia acreditar no teu.
  Vou dormir abraçada comigo mesma, sair mais comigo, sabe? Não se preocupe, eu vou me cuidar. Vou dar todo amor que existe em mim pra mim mesma, pra que um dia eu possa ter forças pra te esperar numa calçada qualquer ouvindo uma das nossas músicas favoritas e te ver caminhar em minha direção com os olhos cheios de lágrimas e segurando o seu coração sangrando em suas mãos. Juro solenemente que não vou fazer nada, absolutamente nada, que possa me machucar ou me deixar decepcionada comigo mesma. Vou me amar tanto... Vou me cuidar o quanto eu gostaria de cuidar de você. Me chamar de amor e não me deixar nunca. Prometo.

- ThC.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um quarto cheio de nada, vazio. Tão triste..





  ...Estávamos tão bem, tão felizes naquele quarto. Tudo parecia tão inteiro e satisfatório. Mas, de repente nós precisamos nos levantar e já não deu mais tempo de pensar no que fazer. E eu pensei antes de não poder parar pra pensar: "Pensa rápido, vamos... Não deixe que o nosso amor seja destruído e enfiado no lixo assim, não deixe que o presente seja esmagado dessa maneira cruel e dolorosa... Vamos, pense! Rápido!" Mas, trinta segundos depois já era tempo demais pra parar pra pensar de verdade, porque no exato segundo do contexto já estávamos trancando a porta do quarto por fora. E naquele momento, sabíamos que essa seria a ultima vez que trancaríamos aquela porta por fora. Aquilo não iria mais se repetir. Não sei o porque mas, de repente aquele quarto já não trazia mais harmonia, de repente as músicas não conseguiam mais nos entender, os passarinhos que pousavam na janela nos olhavam e voavam em direção contrária como uma repreensão e isso doía. Os livros de auto-ajuda espalhados pelo quarto, eram muitos, vários, espalhados. E as pessoas lá fora nos olhavam mas elas não sabiam do nosso problema confidencial. Tão confidencial que acabou sendo dividido ao meio. Um problema grande sendo dividido ao meio e cada um pegando o seu pedaço, como uma pizza. Cada um pegava o seu pedaço e comia, mastigava, engolia. E até aí tudo era fácil, mas quando chegava a hora de digerir, complicava. Digerir é que era o problema.
  Não sei porque nos deixamos nos afastar tão fácil assim, não sei porque tomamos decisões tão difíceis assim. Tivemos tanto medo o tempo todo e guardamos tantas vezes as nossas dores no bolso que era pra não estragar o momento bonitinho, mas não adiantou. A hora chegou e tivemos que retirar aquela dor do bolso, segurá-la firme e encará-la. E isso doeu mais do que a própria dor em si, que já doía muito só por existir.
  O nosso preço foi grande. Nos deixamos enganar por uma propaganda enganosa que passou na TV e fomos atrás do produto. O compramos. E só depois de um tempo percebemos que ele não era tão fácil assim de ser usado e pensamos que talvez nos desfazer daquele produto seria melhor do que quebrar a nossa cabeça tentando fazer dele um produto útil e agradável; mesmo sendo tão importante e necessário para a nossa subsistência. Ou sobrevivência individual. Nos enganamos, claro. 
  Hoje, agora, no presente... Eu espero que aquela fé que a gente costumava guardar na mochila que era pra não bagunçar o nosso quarto, eu espero que tenhamos forças pra conseguir convencê-la a sair da mochila e entrar em ação porque vamos precisar muito dela. Vamos, sei que vamos. Vais.  - ThC.






"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez." Caio F. Abreu

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vulcão imaginário..

Essa sua loucura existencial enquanto tentar procurar uma saída para todos os nossos problemas, uma saída que resolva tudo de uma vez e sem dor, nos corta ao meio com uma faca invisível. E a dor gritando lá no mar que existe dentro de mim, pedindo para que eu não afogue-a e suplicando e implorando e pedindo pra ficar. E o avesso do certo dizendo que eu devo implorar pra que ela fique e cuidar bem dela, da dor.
Por um momento eu até pensei(muito) que fossemos ficar sempre presentes, sem tormentos ou lamentações. Sem prévias de partidas, sem despedidas em si, sem desistências, sem naufrágios. Pensei que seríamos capazes de remar o barco mesmo na correnteza, me entende? Não, você não me entende. Mas eu te entendo, sempre entendi. 
 Se surpreende aquele que confia fielmente no Tempo. Aqueles que acham que o tempo pode suprir todas as necessidades e encobrir todo o ácido que ousar escorrer sob o seu rosto, se machucam. Não acredite em contos, coração. 
              Se eu pudesse te dar um conselho nesse exato momento seria este: Não acredite em fábulas.
A essa altura do campeonato, aos 45 do segundo tempo, com o jogo já perto do final e todos os jogadores já cansados e prestes a sair de campo, eu não posso sequer pensar em apitar. Adiantaria pedir acréscimos se uma hora chegaria ao fim da mesma forma? Adiantaria algo, hein? Vamos, me diz. Você precisa me dizer pra que eu saiba, se não eu posso acabar tão perdida quanto você. Mas não precisa, sabemos que não. Sabemos também, que a sua mente complexa e tão cheia de confusões(e com Certezas de dar e sobra) não é tão fácil assim de penetrar. Infelizmente. E você tem amigos, amigos imaginários que são capazes de te dar conselhos incríveis. E você os ouve. Chega a ser poético. Como uma canção de derrota e insensatez sensata. Seria uma metáfora tudo o que nos foi ensinado? Ou seria alguma outra coisa que deixamos passar despercebido? Não sei. 
Não sei de muita coisa, e de muita coisa nada sei. Então deixa assim, sem saber...
Que por enquanto, enquanto o tempo não passa, vamos remando o nosso barquinho... Abre a vela e rema.


- ThC.

domingo, 14 de agosto de 2011

Sensatez e irrelevância.

Qualquer um pode ser forte, é só querer. Eu por exemplo, consigo ser forte até debaixo d'água. Sou completamente equilibrada e não tenho nenhum sinal de distúrbio. Posso fazer o que eu quiser, a liberdade que eu possuo me permite isto. Nunca desisti de nada na minha vida, nem pretendo. Não amo, não choro, não odeio e a fraqueza passa longe de mim. Mas acima de tudo, eu minto. E minto muito bem. 


- ThC.

sábado, 9 de julho de 2011

  O medo de acordar do que eu chamo de sonho. O pavor de entrar numa casa que eu chamo de solidão. A fúria da rotina me causando estresse, náuseas. A fome, a sede. O tormento por não ter quem eu tanto quero aqui, grudada em mim. E sem querer, sem pensar acabo enlouquecendo, acabo entrando em pânico e pirando de vez, ó. Mas também, o que se fazer quando você já perdeu tudo menos o amor e a correspondência? - Tempo.
(Thainá Costa)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Alguns rabiscos:
  O grito pra calar verdades, o desespero na voz de quem tenta se acalmar. A brincadeira com a própria mente que faz perturbar, e perturba. O abrigo no silêncio, o medo sendo sufocado pelo enxofre, corrói. 
  Pessoas correndo nas ruas, árvores balançando, prédios desabando, casas pegando fogo e eu aqui quietinha.
O pensamento murcho daquele que não tem mais esperança, o choro contido daquele que não consegue mais chorar, o abalo mental daquele que teme a tudo e a todos e eu aqui, cheia de esperança, transbordando tranquilidade e me perguntando o porque do mundo ser tão mal dividido. As lacunas da felicidade sendo enforcadas pela dor e pela tristeza. E eu continuo me questionando, por que há mais tristeza do que felicidade? Se os seres humanos parassem um minuto das suas vidas para se questionar isso, um terço mudaria de ideia ou pelo menos, tentaria reavaliar essas lacunas.
  A vida é única e nunca se sabe o que virá no amanhã. Por que viver se lastimando, se lamentando no ombro dos amigos, chorando, se privando de um mundo cheio de coisas positivas(não que não existam negativas) uma vida inteira? A dor não vale tão à pena assim, não a ponto de se perder uma vida.


- ThC

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Devaneios!

Versinho que fiz pra calar silêncios:
O teu abraço me abraça, de lado, de longe
O teu beijo me enlaça, num passe, distante
Tua estrada, minha vereda, um romance
O teu afeto, no espaço, num instante.
                                                         
Anotações da ultima folha:
O meu sorriso, te entreguei. E com ele todo amor que havia em mim. Todas as coisas boas, todos os sonhos, toda a poesia, todo o encanto. O todo e o tudo. E o nada, deixei pra trás. Tenho tudo, e todo amor que há em mim, tens. Dividimos, repartimos, compartilhamos. Afeto, abraço, enlace, romance. Amor, amor... E mais amor. 
Que haja sempre amor, e nunca o falte.


(Thainá Costa)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A tua metade.

  Até aqui, nunca havia parado pra pensar no tamanho da dor que um ser humano sente quando alguém que se ama muito tem de ficar longe. 
A dor é gigante.. Tão grande que caberia várias outras dores dentro. 
Você convive com alguém todos os dias, passa a necessitar todos os dias do sorriso daquela pessoa, passa a sentir uma falta enorme quando passa somente algumas horas longe dessa tal pessoa, e qualquer surpresa repentina não tão boa, funciona como um choque. Para quem assiste tudo por fora, falar, aconselhar, dizer o que se deve ou não fazer, é o ato mais prático e heroico do mundo... Mas, tenho certeza de que se metade das pessoas que criticam e opinam contrariamente tivessem de viver a dor da distância transitando entre o seu amor e a razão de tudo, não diriam tudo o que dizem e não pensariam tudo o que pensam; Sequer opinariam.
A Saudade dói e essa dor machuca. Fere, arde. Te destrói. E ao mesmo tempo, alimenta...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nada é igual a isso e Tudo é diferente disso.

Um desabafo, um dizer rápido, sufocado e sincero. - 09,06 - 12:30.


Pessoas erradas entraram na minha vida, de passagem. Encontros, desencontros. Surpresas, sorrisos, abraços, beijos, paixões, calores... Afeto. Marcas, choros, tristeza, vazio, sufoco... Falta. Mas nada igual a isso. Ninguém igual a ela.
Eu me pergunto todos os dias porque ela, porque isso, porque assim. E eu só consigo encontrar uma resposta pra tudo isso, eu só consigo achar uma explicação pra esse cuidado que eu insisto em ter por ela. Nada é igual a isso e Tudo é diferente disso. Cheguei em uma fase em que dizer não é mais o suficiente e demonstrar o tempo todo não é mais necessário. E quando você chega a esse ponto, é porque o seu sentimento para com Isso, é tão surpreendentemente grande que, nada nem nenhum ser humano consegue superá-lo. Conseguirá algum dia ser sublime. 




R: Amor.

sábado, 21 de maio de 2011

Quanto nós merecemos?

O ser humano é um animal que deu errado em várias coisas. A maioria das pessoas que conheço, se fizesse uma terapia, ainda que breve, haveria de viver melhor. Os problemas podiam continuar ali, mas elas aprenderiam a lidar com eles.
Sem querer fazer uma interpretação barata ou subir além do chinelo: como qualquer pessoa que tenha lido Freud e companhia, não raro penso nas rasteiras que o inconsciente nos passa e em quanto nos atrapalhamos por achar que merecemos pouco.
Pessoalmente, acho que merecemos muito: nascemos para ser bem mais felizes do que somos, mas nossa cultura, nossa sociedade, nossa família não nos contaram essa história direito. Fomos onerados com contos de ogros sobre culpa, dívida, deveres e… mais culpa.
Um psicanalista me disse um dia:
– Minha profissão ajuda as pessoas a manter a cabeça à tona d’água. Milagres ninguém faz.
Nessa tona das águas da vida, por cima da qual nossa cabeça espia – se não naufragamos de vez –, somos assediados por pensamentos nem sempre muito inteligentes ou positivos sobre nós mesmos.
As armadilhas do inconsciente, que é onde nosso pé derrapa, talvez nos façam vislumbrar nessa fenda obscura um letreiro que diz: “Eu não mereço ser feliz. Quem sou eu para estar bem, ter saúde, ter alguma segurança e alegria? Não mereço uma boa família, afetos razoavelmente seguros, felicidade em meio aos dissabores”. Nada disso. Não nos ensinaram que “Deus faz sofrer a quem ama”?
Portanto, se algo começa a ir muito bem, possivelmente daremos um jeito de que desmorone – a não ser que tenhamos aprendido a nos valorizar.
Vivemos o efeito de muita raiva acumulada, muito mal-entendido nunca explicado, mágoas infantis, obrigações excessivas e imaginárias. Somos ofuscados pelo danoso mito da mãe santa e da esposa imaculada e do homem poderoso, pela miragem dos filhos mais que perfeitos, do patrão infalível e do governo sempre confiável. Sofremos sob o peso de quanto “devemos” a todas essas entidades inventadas, pois, afinal, por trás delas existe apenas gente, tão frágil quanto nós.
Esses fantasmas nos questionam, mãos na cintura, sobrancelhas iradas:
– Ué, você está quase se livrando das drogas, está quase conquistando a pessoa amada, está quase equilibrando sua relação com a família, está quase obtendo sucesso, vive com alguma tranqüilidade financeira… será que você merece? Veja lá!
Ouvindo isso, assustados réus, num ato nada falho tiramos o tapete de nós mesmos e damos um jeito de nos boicotar – coisa que aliás fazemos demais nesta curta vida. Escolhemos a droga em lugar da lucidez e da saúde; nos fechamos para os afetos em lugar de lhes abrir espaço; corremos atarantados em busca de mais dinheiro do que precisaríamos; se vamos bem em uma atividade, ficamos inquietos e queremos trocar; se uma relação floresce, viramos críticos mordazes ou traímos o outro, dando um jeito de podar carinho, confiança ou sensualidade.
Se a gente pudesse mudar um pouco essa perspectiva, e não encarar drogas, bebida em excesso, mentira, egoísmo e isolamento como “proibidos”, mas como uma opção burra e destrutiva, quem sabe poderíamos escolher coisas que nos favorecessem. E não passar uma vida inteira afastando o que poderia nos dar alegria, prazer, conforto ou serenidade.
No conflitado e obscuro território do inconsciente, que o velho sábio Freud nos ensinaria a arejar e iluminar, ainda nos consideramos maus meninos e meninas, crianças malcomportadas que merecem castigo, privação, desperdício de vida. Bom, isso também somos nós: estranho animal que nasceu precisando urgente de conserto.
Alguém sabe o endereço de uma oficina boa, barata, perto de casa – ah, e que não lide com notas frias?
Lya Luft

sábado, 14 de maio de 2011

Quem comanda e quem é comandado; O valor do Confiar.

  Junto a todas as emoções contraditórias e pulsantes que fazem do meu coração seu habitat, tento achar um motivo pelo qual devo compreender todas as revoltas bonitas e completamente 'aplaudíveis' desses seres humanos pateticamente bonitos e arrumadinhos. Só um motivo que me leve a uma pergunta básica e 'respondível', e depois a outra, e depois a outra. E assim sucessivamente até não haver mais perguntas, nem motivos, nem beleza. Nem mais nada. Mas só o que eu encontro são uns paletós bem arrumados, alguns saltos agulha lindos e que qualquer mulher daria tudo para ter um daqueles... Ah, e uns cafés mal adoçados. 
Encontro também, uma agenda com todos os planos para a semana daquela garota, e nela, encontro lugares, horários, datas marcadas, e naquele instante corre tudo perfeitamente bem. E de repente, olha quem surge na porta? A garota. A tal com um salto agulha, um paletózinho feminino fofo e arrumado, que naquele outro instante segurava uma outra agenda na mão. Eu havia ficado tão feliz quando encontrei a primeira na sua gaveta, que agora ao ver uma segunda na mão dela, as minhas esperanças se permutaram para um lugar desconhecido e não tão arrumado. Mas era tarde demais para se entristecer e pedir perdão por ter fuçado suas coisas tão arrumadas, ela me perguntou, soluçei, tossi e respondi: "Confundi a gaveta, pensei que a senhorita havia me mandado pegar os papéis na primeira gaveta e não na ultima. Perdão. Isso não irá se repetir." e ela com o seu timbre suave e sombrio, me olhou, nada respondeu, e dirigiu-se a primeira gaveta. Pegou os papéis, tomou a sua agenda da minha mão, guardou-a novamente na terceira gaveta e caminhou em direção a porta. Entreabriu-a para mim, e esperou que eu me dirigisse a parte de fora de sua sala, então eu fui, ela se virou e trancou a porta pelo lado de fora, e partiu. E eu, permaneci absolutamente baixo, absolutamente patético, desarrumado, inadequadamente satisfeito e indigno da sua confiança e postura para comigo. E foi ali que eu percebi a importância da palavra que eu li por duas semanas seguidas o significado no dicionário e só constava teorias, e foi ali, exatamente após tal momento, que eu entendi o que o dicionário quis me dizer. "Confiança".


14/05/11.




- ThC.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O repouso; Pousar.

E de repente me bate aquela vontade de escrever algo que ela pudesse ler e pudesse sentir bem fundo da sua alma o que eu estava querendo lhes dizer. Com palavras doces e absolutamente santas. E que estas conseguissem sim, tocar a sua alma. Eu queria fazer muito por ela, queria fazer tudo por ela. O que sentira quando a vi, era tão sublime que nada era tão forte capaz de abalar nem sequer metade de todo aquele edifício de sentimentos bons. E eu queria voar(e ao mesmo tempo em terra firme), eu queria ir longe, eu queria grudá-la em mim. Eu possuía um medo irreal de perdê-la nessa rotina que é a vida. E eu tinha vontade de fazer tantas coisas por ela. Eu queria cuidar demais, mimar demais, me preocupar demais, eu queria sempre demais; Até porque o meu sentimento era grande demais pra que eu me deixasse cometer o deslize proposital de fazer tudo de menos, ou pela metade. Aquela explosão dentro de mim, queimava, ardia, e me causava mil sensações ao mesmo tempo. Eu sorria, tinha ânsias freqüentes de um abraço dela, caminhava em sentido oposto e queria rapidamente voltar porque me batia aquele negócio que vocês chamam de saudade, era incrível isso. Incrível mesmo. 
E num instante qualquer desses dias chuvosos em que eu olhava pela janela, sorria para a chuva e me auto-abraçava pra não morrer de febre, eu percebi que aquilo não era algo que eu pudesse reverter. O estado era irreversível, mesmo. Estava enorme, e só crescia. Não, não era uma ferida ou uma doença maligna. Talvez uma doença, mas não maligna. Era algo extremamente maravilhoso, era fantástico, magico. Encantador seria a palavra perfeita. Mas dando continuidade ao que eu estava a dizer; Naquele instante eu pude perceber que o motivo daquela minha doença, era amor. E ela podia duvidar um dia, ela podia pensar que não, mas era. E é. E vem sendo todos os dias. E quando eu olho pela janela, faça sol ou faça chuva, me abraço(pra lembrar do seu abraço), eu me lembro do que eu pensei naquele dia. Eu me lembro da minha conclusão, auto-afirmativa.


Benigna, intensa e delirante; O Amor.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Navio, uma vida e gotas de felicidade.

Dentro daquele navio que navegava sob as ondas azuis do mar, ela seguiria viagem. Na verdade, o navio estava atracado no cais mas, ela continuaria ali. Resolveu que jogaria todo o seu passado no mar, jogaria tudo ao vento para que tudo fosse embora, sumisse dali. Não porque havia sido ruim, mas sim, porque ela planejava um novo começo. E como todo bom começo, ela precisava apagar o que já tinha ouvido, dito, visto e vivido antes. E assim o fez. Jogou todas as cartas de seus antigos amores, suas recordações, suas canções, seus poemas, 365 dias por ano todos os anos que já tinha sido estuprado, no mar. E até então pensava que precisaria sumir dali, daquela cidade, para assim ter o que tanto almejava, "Um novo começo"... Mas naquele segundo, ela percebera o quanto estava enganada. E então optou por não mais partir e sim, continuar ali. Não porque não queria seguir viagem junto ao tal navio mas sim, porque ela queria viver novamente tudo aquilo que ela já tinha vivido mas de uma maneira diferente. Queria novamente distribuir sorrisos, abraços, ternura; Dividir momentos, emoções(dessa vez sinceros). E assim o fez. 
Pegou suas coisas, desceu do navio e agora caminhava em direção a sua felicidade. A sua VERDADEIRA paz e tranquilidade. 

O amor que ela sentia ali, dentro dela, era de verdade. De verdade.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem!

Eles te olham como se houvesse algo de errado com você. Como se o toque da música estivesse todo ao contrário, como se eu estivesse dançando fora de ritmo. Será que eles acharão que eu não sou tão normal assim? Não, eles não vão achar; Se fosse pra achar alguma coisa, eles já tinham achado. E olha que eles procuram bastante, viu? Mas ainda assim, o que pretende vir depois? Qual a conseqüência desses olhares atravessados, distorcidos e sem nexo algum? Eles te olham, enxergam o que não querem enxergar, na hora que não deve, falam sem pensar, tentam voltar atrás, erram mais uma vez, pedem perdão, cometem o mesmo erro pela terceira vez, e depois? Tentam suicídio? E ficam repetindo pra um ombro amigo qualquer: "Ah não, é porque eu não aguento mais essa vida cara... Não aguento mais os meus problemas... Eu não suporto mais isso..." A questão é que você não tem que suportar absolutamente nada, você não tem que ser obrigado a aguentar nada só porque você escolheu assim, você simplesmente é obrigado a aguentar. Nada vai mudar na sua vida se você não se mover. E não adianta dizer que não aguenta mais, que está cansado de tudo isso.. Nenhum passo vai ser dado, se você não resolver caminhar.
E não sou eu quem determina isso não coração, é a própria vida quem nos faz essa revelação. É  exatamente assim que tudo funciona. E quer saber mais? Se você continua repetindo que está mal, que está mal, que está mal, você só fica pior ainda. A partir do momento em que você QUER repetir pra si mesmo que vai ficar tudo bem, tudo vai ficar bem, acredite. É apenas a lei da sua própria consciência repetindo pra o subconsciente o que de fato, é a realidade. Se você realmente quer que algo se torne real, acredite, pois só assim dará poder a ela. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A menina do ônibus.

Sair destraída de casa, me faz encontrar pessoas que eu não vejo a muito tempo. E eu gosto disso. Eu gosto de reencontrar as pessoas; de encontrar pessoas do passado, em tempos diferentes. É divertido essa coisa de brincar com as pessoas e com o tempo; Ao mesmo tempo surpreendente, pois não sabemos quem elas se tornaram.
Um dia desses eu encontrei uma amiga no ônibus que eu não via a mais ou menos uns dois anos. Ela me reconheceu(apesar de eu não ser mais a mesma... e nem ela) e acenou com a mão. Então me sentei ao lado dela, e conversamos. Conversa vai, conversa vem, e ela me conta um filme sobre a sua vida. Eu assustada por dentro e calada por fora, continuava a ouvir. Ela me falava sobre os lugares, sobre as suas dores, sobre as suas mágoas, e todo o desastre que essa coisa de "se entregar" havia causado na sua vida. Confesso que eu tentei até dar alguns conselhos a ela, tentei lhes dizer que a saída mais sensata e conveniente que ela poderia ter era tentar se reerguer e construir novamente aquilo que ela chamava a dois anos atrás de Meu pedacinho de chão. Ela me dizia de uma forma indireta que a vida havia sido muito dolorosa com ela, que quanto mais ela queria alcançar a vitória, mais ela caía sobre as ruínas das suas perdas. E eu fiquei triste por ela, e o que mais me doía era que a essa altura do campeonato eu não conseguia dizer nem mais uma palavra... Só sabia concordar e dizer: "unhum, aham, éé..."; Eu estava gritando por dentro. Eu me perguntava como ela podia ter vivido tanta coisa em tão pouco tempo, meu Deus...
Quantos anos aquela menina viveu?
Quando o ônibus chegou ao meu destino, eu tive que descer, eu não pude ajudá-la... Até porque ela não me ouvia, só falava, falava, falava e falava...
Então eu desci.
Ela não sabia, mas ela deveria ter me ouvido. Não por ser eu quem estava falando, mas sim porque saber ouvir é uma arte que poucos possuem. E se ela realmente queria mudar a sua vida, queria destruir aqueles cacos que ela carregava todos os dias sobre as costas, ela deveria aprender a ouvir mais. Daquela forma ela só se afundaria mais e mais. E como todo mar de desgraça e infelicidade, uma hora ela não encontraria mais um fim. Uma hora ela chegaria ao destino final, e depois? e aí? O que iria acontecer com aquela garota que um dia possuiu sonhos?

É... Ela deveria ter me ouvido.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.


Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.



- Lya Luft.

Quanta gente crescidinha e boba.

   Eu sinceramente me acho muito boba por pensar que pessoas que fazem questão de ficarem dizendo que me amam, verdadeiramente me amam. Que babaquice é essa? Se não me ama pra que repetir isso seguidamente dez mil vezes ao dia? Eu não preciso saber do amor de ninguém, nem preciso saber oralmente que sou importante para alguém de verdade. Eu só preciso de pessoas caladas, e que possuam "atitudes".. Quando eu uso a palavra "atitude" eu quero dizer que eu preciso de pessoas que ajam mais, que demonstrem mais, que provem mais. Tudo bem que eu pareço até meio boba quando faço esse tanto de afirmações, mas eu realmente queria pessoas assim. Uma, duas, três no máximo. É tudo que eu queria! Eu não preciso de pessoas sinceras, verdadeiras, realistas no que dizem. Podem mentir a vontade em suas ações. Mas por favor, não abram a boca pra dizer que me amam na esperança de que eu irei devolver o seu amor mútuo, sério. 
Quando me perguntarem: "Como você está?" por favor, demonstrem pelo menos o mínimo de interesse na resposta da sua pergunta, pra que eu consiga sentir o mínimo de vontade de abrir a boca e dizer: "Não estou bem." e se não quiserem ouvir os motivos do meu grandíssimo humor, me avisem. Porque quando uma pessoa está realmente cansada ou preocupada com algo, ela quer sair contando para a primeira pessoa que aparecer na sua frente, seja por msn, telefone, ou qualquer outro meio de comunicação... Ela só quer conversar. É só isso que eu peço em relação a isso, não mintam, não sejam falsos, ou pelo menos finjam não ser falsos, saibam omitir, mas por favor... Me cuidem, me ofereçam o ombro, me provem que eu mereço realmente amar alguém!

quarta-feira, 30 de março de 2011




"Essa vida viu, Zé. Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra.Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa!"

- Tati Bernardi.




"Ah. Menina, o que foi que foi que aconteceu com você? O que foi que fizeram com você? Eu não sei, eu não entendo. Roubaram a minha alegria, Tiamelinha quando foi pra clínica só dizia isso: roubaram a minha alegria, é tudo uma farsa, aquele olho desmaiado, é tudo uma farsa, roubaram a minha alegria. A primavera, o vento, esperei tanto por essa margarida, e veja só. Atrofiada. Aleijada. As pedras frias do chão da cozinha , rolar nua neste chão, qualquer dia faço uma loucura, faz nada, você está nessa marcação faz mais de dez anos. Mais de dez anos. A gente se entrega nas menores coisas."


- Caio Fernando Abreu.

segunda-feira, 28 de março de 2011





Acham que eu estou feliz. Eles realmente acreditam na minha felicidade. Coitados! Nada sabem a respeito do que estou passando... Esquecem de me perguntar se esse sorriso que eu estampo todos os dias é espontâneo. Só porque eu demonstro alegria, não quer dizer que eu esteja verdadeiramente alegre.


- ThC.
Pedi pra mãe – me interna, to infeliz pra caralho. Aquela velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não. Eu não quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era... Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero. Desde que ele fora embora, eu ouço versos que me falam sobre amores arruinados, o coração já não bate, esquecera completamente o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que não sei como ele reage, porque os dias estão vazios. Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. Acreditava nisso piamente porque ele estava ao meu lado, agora que se foi, tudo é cinza. E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar. Porra eu preciso ser internada.


- Caio Fernando Abreu! 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Borboletas.





Os anos se passam, e com os anos passam-se os meses e com eles os dias, as horas. E com as horas vão-se os segundos, centésimos. E uma montanha de substantivos acabam fugindo para longe da gente. Os medos, os receios, o passado, as dores, as angústias, os soluços, o aperto no peito, o nó na garganta. E tudo vai, mas no fundo algo sempre vai ficar. Bom ou ruim.
Nem sei porque estou escrevendo a respeito dessa teoria absurda. As idéias simplesmente surgem. Como um redemoinho de pensamentos. Tudo em um só lugar, várias coisas em um só lugar, e todas elas girando, girando, girando. Várias idéias lúcidas pairando sob uma mente completamente cheia de sonhos. E qual será o fim dessa mistura? 

O Demais é sempre demais!


Tudo o que eu mais queria agora era acreditar sinceramente que o céu é o meu limite e que todas as pessoas são inteiramente sinceras. Na verdade, nem eu mesma sei se estou sendo sincera quando invento de afirmar algo. Mas, tudo bem. Deve ser por isso que cada vez mais eu ando mais sozinha; Procuro demais nas pessoas algo que é irreal demais pra ser verdade. Ainda mais no mundo banal em que hoje vivemos. Tudo forçado demais, invisível e patéticamente visualizavel demais. Eu sei, isso foi meio contraditório. Mas só assim pra conseguir definir a atual realidade. Todo mundo exige de todo mundo algo que não existe, algo que é completamente perfeito pra ser verdade algum dia. Eu ando banal, você anda banal, E todo mundo anda! É, eu sei disso também.. Eu generalizo demais, mas é que generalizar demais é o mínimo que eu, observadora demais que sou, posso fazer. E sem querer acabo esquecendo que tudo que é demais, acaba sobrando.

- ThC.

A estupidez da realidade.



22/02/11


Não consigo entender como o "ciclo da vida" funciona. É tudo tão controverso; as pessoas provam o sabor suculento e delicioso da comida pra depois morrerem de fome? 
É tudo muito oculto, vergonhoso demais para ser revelado. Queria muito poder entender pelo menos por um curto instante, queria entender ao menos antes de morrer, porque que a dor vem sempre depois de um momento de prazer. Ao menos isso, por que?  Tudo bem que para alguns isso pode servir de aprendizado ou até mesmo surgir como uma lição, mas a troco de que já que a vida é tão curta e tão incerta? A troco de que nós confiamos nesse tal "futuro", já que ele é por natureza incerto o suficiente para nos fazer desacreditar após um tempo? Por que confiamos no agora, já que daqui a um segundo ele será passado? Por que acreditamos tanto na mudança futura, já que não sabemos sequer se acordaremos amanhã? Ao mesmo tempo que se deixássemos de fazer tudo isso estaríamos desperdiçando segundos valiosos enquanto poderíamos estar fazendo o que a nossa própria "natureza" nos ensina, o que sabemos muito bem o nome: Vivendo.


- ThC.

Chafurdar na própria dor.



22/02/11

Daqui a algum tempo ela não será mais a mesma. As suas certezas de agora, não mais serão tão concretas assim. A sua insegurança estética não mais será notada diante de todos os receios quanto aos problemas que surgirão. O Café fervendo que ela deixou sob a mesa, logo logo esfriará. Aquela blusa vermelha que costuma ser a sua favorita, nela não mais caberá. O esmalte vai desbotar na unha, não terá mais todo aquele brilho. O seu humor mudará, tudo nela mudará, porque tudo na sua vida não será igual ao que é agora. Nesse mar de rosas nascerão espinhos, e ela os criará dentro dela, possuindo assim a pior das essências. Tudo mudará, porque nada permanece igual para sempre, as pessoas mudarão, o humor dela vai piorar, a sensação de paz vai passar, e as situações confortáveis também. Não, eu não falo de progresso, eu falo de afundar, de cair na merda, sem ter piedade nem de si mesma. Eu não falo de mergulhar, eu falo de se afogar, de cair de cabeça mesmo que depois, quando o momento de desespero passar, se é que vai passar, ela precisa gastar o seu ultimo suspiro tentando se salvar, tentando nadar até a terra firme, até o chão. Mesmo que ela se arrependa e queira voltar atrás, nada mais será exatamente igual ao que costumava ser quando ela se sentia forte. Logo logo ela mudará, mudará, somente pelo falo de ter sido feliz um dia. Sim, isso ela talvez não mais será! 


- ThC.

sexta-feira, 18 de março de 2011

As muitas fases da vida.



Mudanças acontecem o tempo todo. Todo mundo cresce um dia. Mesmo que o seu crescimento traga consigo um pouco da sua infância cheia de fadas e duendes... Mas, todo ser humano não anormal precisará dar um passo a frente um dia. Até porque todo ser humano normal, um dia precisará colaborar com a sociedade de uma maneira "independente". Todo ser humano normal, um dia precisará crescer mentalmente para poder se adaptar a realidade adulta. E tudo isso funciona como um ciclo. Toda essa coisa de mamar no seio da mãe, ganhar um brinquedo qualquer que se tornará o seu preferido, entrar na puberdade, colocar a casa em ordem no dia seguinte, e por fim sentar-se numa cadeira de balanço e esperar o fim, faz parte. O crescimento, a evolução, faz parte. A vida é um ciclo, e esse ciclo não é mais uma história contada quando criança, é a realidade da nossa sociedade.

terça-feira, 15 de março de 2011

Tudo começa com um T.



A alguns dias atrás, estava dentro do carro, sentada, pensando em falar sobre algo diferente no meu blog abandonado. Pensei em várias possibilidades, surgiram muitas idéias, mesmo. Mas por fim, pensei somente em um título para uma futura postagem. E no fim da noite eu só conseguia pensar naquela frase. Eu não queria mais nada além de criar logo uma postagem qualquer e pôr a maldita frase no título, só pra ficar livre mesmo, lucidez enlouquecida. Bobagem!
Foi uma questão de segundos até eu perceber que isso era burrice. Eu tinha ali, em mãos, uma frase perfeitamente lúcida e abusaria dos direitos dessa droga criando um texto sem nexo e falando um monte de asneiras ao mesmo tempo só pra preencher o maior espaço possível e depois dizer por aí: Fiz uma postagem bem legal. Que porra é essa? Não e não era suicídio, porque dizem por aí que suicídio é coisa de louco. Coisa de louco é pensar que uma postagem horrível chamaria atenção por causa do seu título exótico e literalmente pensante. 
Não dá pra pensar em algo interessante pra que o leitor sinta vontade de passar adiante. Não dá! Não dá, porque exige tempo e tempo requer trabalho e trabalhar géra tensão. E como tudo começa com T...


- ThC.




"E a palavra não pode ser enfeitada e artisticamente vã, tem que ser apenas ela. Bem, é verdade que também queria alcançar uma sensação fina e que esse finíssimo não se quebrasse em linha perpétua. Ao mesmo tempo que quero também alcançar o trombone mais grosso e baixo, grave e terra, tão a troco de nada que por nervosismo de escrever eu tivesse um acesso incontrolável de riso vindo do peito. E quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico." Clarice Lispector

domingo, 6 de março de 2011



"Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. 

E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!"



Martha Medeiros.

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"Talvez eu até esteja errado, mas que se dane. Se uma pessoa não tem paciência nem pra conquistar minha confiança e afastar meus medos, o que eu posso esperar, então? Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço." - Tati Bernardi