sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A estranha invisibilidade dos olhos.



  E o que eu queria? O que eu queria nem eu mesma sabia. Era algo inanimado, alguma coisa que existia somente na minha cabeça. Eu fazia tantos planos, criava tantas cenas, e mal sabia eu que tudo aquilo não passava de pura ilusão de ótica. Uma conversa sem nexo entre o meu consciente e o meu subconsciente a respeito dos meus devaneios. Ah!, eu criava tantos cenários. Azuis, vermelhos, floridos, escuros, nublados, ensolarados, falsificados.
  Mas, após um certo tempo, eu simplesmente não conseguia mais criar cenário algum. Ficou tudo preto e branco. Como uma fotografia antiga; e não só antiga, como também, envelhecida, translúcida... E eu mal conseguia enxergar os traços da imagem. E após mais um tempo, tudo escureceu. Foram-se as cores, as fotografias memoráveis em preto e branco, cores em sépia... Tudo se foi, tudo, tudo!

  E de repente, míope, dautônica, cega. E tudo se foi.


- ThC.

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"Talvez eu até esteja errado, mas que se dane. Se uma pessoa não tem paciência nem pra conquistar minha confiança e afastar meus medos, o que eu posso esperar, então? Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço." - Tati Bernardi