quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Remoendo um passado que se passou por causa do futuro; O voo.

   O ciclo sempre funcionava dessa forma.
Saía com uns amigos, fazia outros amigos, me atraía por um deles, e de repente, quando dava por mim, já estava inteiramente apaixonada. Depois de um ou dois beijos, eu já estava completamente entregue a ele, e o era como se o meu coração já não mais me pertencesse, porque agora estava em suas mãos. Mas, eis que ele sempre o deixava escorregar e cair, só não sei se era de propósito. O sangue começava a jorrar em suas mãos, e o meu coração se sentia molhado, cansado de tentar não naufragar em meio a tanto sangue, e era ali que ele falhava e o deixava cair, sem querer, porque era sempre sem querer.
  E quando eu percebia, ele já estava no chão, e não dava tempo sequer de eu pensar em capturá-lo durante a caída, porque era rápido demais. E "era rápido demais", porque tudo sempre foi assim na minha vida. Não tinha um botão de STOP, ou de PAUSE, pra quando eu quisesse, ao menos, aliviar o ritmo um pouco.
  Mas, hoje, eu paro e observo o passado como um passado de verdade. Como algo que não se deve ser tocado ou acariciado. Como marcar e não feridas, como cicatrizes que doeram uma vez, como rotina que já foi seguida uma vez, e que não deve voltar a tona. Hoje, eu posso chegar a conclusão de que, diante de todas as quedas, ganhos e experiências, tudo o que resta em mim, todo o espaço a ser preenchido pelo futuro, que ainda resta no meu coração, é cada vez mais puro e "santo". E assim eu vou.


16/11/11


- ThC.

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"Talvez eu até esteja errado, mas que se dane. Se uma pessoa não tem paciência nem pra conquistar minha confiança e afastar meus medos, o que eu posso esperar, então? Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço." - Tati Bernardi