terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um quarto cheio de nada, vazio. Tão triste..





  ...Estávamos tão bem, tão felizes naquele quarto. Tudo parecia tão inteiro e satisfatório. Mas, de repente nós precisamos nos levantar e já não deu mais tempo de pensar no que fazer. E eu pensei antes de não poder parar pra pensar: "Pensa rápido, vamos... Não deixe que o nosso amor seja destruído e enfiado no lixo assim, não deixe que o presente seja esmagado dessa maneira cruel e dolorosa... Vamos, pense! Rápido!" Mas, trinta segundos depois já era tempo demais pra parar pra pensar de verdade, porque no exato segundo do contexto já estávamos trancando a porta do quarto por fora. E naquele momento, sabíamos que essa seria a ultima vez que trancaríamos aquela porta por fora. Aquilo não iria mais se repetir. Não sei o porque mas, de repente aquele quarto já não trazia mais harmonia, de repente as músicas não conseguiam mais nos entender, os passarinhos que pousavam na janela nos olhavam e voavam em direção contrária como uma repreensão e isso doía. Os livros de auto-ajuda espalhados pelo quarto, eram muitos, vários, espalhados. E as pessoas lá fora nos olhavam mas elas não sabiam do nosso problema confidencial. Tão confidencial que acabou sendo dividido ao meio. Um problema grande sendo dividido ao meio e cada um pegando o seu pedaço, como uma pizza. Cada um pegava o seu pedaço e comia, mastigava, engolia. E até aí tudo era fácil, mas quando chegava a hora de digerir, complicava. Digerir é que era o problema.
  Não sei porque nos deixamos nos afastar tão fácil assim, não sei porque tomamos decisões tão difíceis assim. Tivemos tanto medo o tempo todo e guardamos tantas vezes as nossas dores no bolso que era pra não estragar o momento bonitinho, mas não adiantou. A hora chegou e tivemos que retirar aquela dor do bolso, segurá-la firme e encará-la. E isso doeu mais do que a própria dor em si, que já doía muito só por existir.
  O nosso preço foi grande. Nos deixamos enganar por uma propaganda enganosa que passou na TV e fomos atrás do produto. O compramos. E só depois de um tempo percebemos que ele não era tão fácil assim de ser usado e pensamos que talvez nos desfazer daquele produto seria melhor do que quebrar a nossa cabeça tentando fazer dele um produto útil e agradável; mesmo sendo tão importante e necessário para a nossa subsistência. Ou sobrevivência individual. Nos enganamos, claro. 
  Hoje, agora, no presente... Eu espero que aquela fé que a gente costumava guardar na mochila que era pra não bagunçar o nosso quarto, eu espero que tenhamos forças pra conseguir convencê-la a sair da mochila e entrar em ação porque vamos precisar muito dela. Vamos, sei que vamos. Vais.  - ThC.






"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez." Caio F. Abreu

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"Talvez eu até esteja errado, mas que se dane. Se uma pessoa não tem paciência nem pra conquistar minha confiança e afastar meus medos, o que eu posso esperar, então? Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil. Eu supero e agradeço." - Tati Bernardi